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Ícaro, Mário Sérgio, a Chapecoense e a maldita Medellín

Mais uma vez Medellín volta as manchetes mundiais para trazer notícias de morte e tristeza. Outra vez, Medellín é maldita. Justo em Medellín, a cidade do ex-narcotraficante Pablo Escobar, quem não se lembra ou ouviu falar? De outras tragédias, também no ar, que a voz de Gardel fez calar. Maldita ironia, que fosse um jogo contra o Atlético, o time dele, o Patrão Escobar, que nos mesmos ares atrairia a morte 71 pessoas, dentre elas a equipe da Chapecoense cujo maior sonho era só uma partida, seria o último, e deixou de existir.

Mas a nova tragédia nada tem a ver com antigas maldições, ainda assim, é tão terrível que, a velha Medellín, lhe faz jus. Embora atinja outro povo, mais brasileiro, traz igual assombro aos que viveram iguais dias de desespero e luto, então revivem nesse horrível desastre, suas dores passadas. Um repetitivo pesadelo como se o fantasma de Escobar estivesse dentro daquele avião, como se não permitisse as pessoas esquecerem-se do terror.

Mas Medellín é uma enorme cidade com milhões de habitantes, de um povo que sobreviveu aos dias de anarquia quando Escobar a ensanguentou, e a transformou em capital não oficial do país, bem como poucos afortunados sobreviveram a tragédia aérea, a quem só compete continuar, com todo pesar. Buscar novos tempos e recomeçar, como fez Medellín, muitas coisas passaram, outras se repetem. Não, não é a cidade maldita.

Só a coincidência.

Na tragédia do voo da Chapecoense, Mário Sérgio, o Vesgo, é um dos sobreviventes, se não na vida, com certeza na mesa

Não se enganem, o maior craque dessa escalação do Internacional foi MÁRIO SÉRGIO. Craque no couro e o MELHOR COMENTARISTA da Fox, sem dúvida. Alguém que não falava da boca pra fora. Único ex-boleiro que virou comentarista e, quando criticado por outros boleiros e técnicos que não gostavam de suas análises, deu a cara a tapa e se tornou técnico também. E foi um bom técnico, melhor que Falcão, com quem jogou junto nesse timaço da foto. Depois voltou a ser comentarista, sempre entre os melhores por onde passou, especialmente na Fox, onde morreu.

Escalação (de cima para baixo, esquerda para direita): Benitez (goleiro), Valdomiro, Bira, Batista, Mauro Galvão, Jair, MÁRIO SÉRGIO, Mauro, Cláudio Mineiro, João Carlos e Falcão.

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Ícaro

Preso, condenado, em um imenso labirinto,
Olhando para cima, no alto, encontrou a saída.
Seu pai lhe deu asas, sorriu, seguiu o instinto,
Levantou voo, por cima dos muros, subia, subia.

A liberdade, novamente, enfim era sua,
beleza imensa, pelo vento, viu e sentiu.
Agora podia alcançar o céu, e tocar a lua,
mas não deu ouvidos, o pai lhe advertiu.

O sol mais perto, lindo, muito caloroso.
Uma tentação, forte, letal, não resistiu,
E senti-lo de perto, era muito gostoso.

Mas pelo fogo, as asas, o sonho, foi consumido.
Bem lá de cima, despencou, caiu, caiu,
Espatifado no solo, morto, é o que conta o mito.

Pedroom Matheus

LUTO

Conforme dizíamos na ocasião da perda de Carlos Alberto Torres: após a morte de Cruyff, a letra C do futebol sofria mais um pesaroso baque, Capita estava nos deixando. Hoje, a letra C do futebol, como uma terrível maldição, se tornou C de CALAMIDADE, é o C de CHAPECOENSE. Queríamos que esse C fosse de Campeã, mas infelizmente o que nos restou foi o C de nossas Condolências, de nossa Compaixão.

@ChapecoenseReal #ForcaChapecoense #ForçaChape

29 de Novembro de 2016