Dissertação de Mestrado - Faculdade Cásper Líbero
INTERNET, JORNALISMO E WEBLOG: A NOVA MENSAGEM

Estudos Contemporâneos de Novas Tendências Comunicacionais Digitais

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AUTOR - CONTATO

BIBLIOGRAFIA

ANEXOS

GLOSSÁRIO


1. Iniciativas Mundo Afora


I’m the hand under the Mona Lisa’s skirt… I’m a surprise, they don’t see me come” – Devil’s talking[179]

Google Dominando a Rede

Um vídeo publicado no Youtube, intitulado Epic 2015[180], narra uma estória que, apesar de fictícia, causa terror para muitos, dentre estes muitos, as empresas de mídia e, é claro, os jornais impressos de que tanto falamos ao longo deste estudo. Para as empresas de mídia, o vídeo pode ser tudo, menos épico, pois monta um cenário futuro para a comunicação que não inclui nenhuma empresa do tradicional mainstream media. O futuro da comunicação seria totalmente controlado pelo usuário e por empresas que produzem a tecnologia que permite aos usuários se conectarem e serem os senhores da informação na Internet. O marco de tal mudança teria sido a criação do sistema de recomendações da Amazon que a Google transformou em algoritmo e, a partir deste (lidando com o link como uma recomendação), estaria, ou podemos até dizer que está, dominando o ciberespaço com diversas soluções que beneficiam a interatividade do usuário, inclusive, na partilha das verbas publicitárias. Seria a segmentação e a fragmentação total da mídia, onde o valor da informação estaria atrelado diretamente ao indivíduo e não mais a qualquer grande empresa como temos hoje; estas atenderiam aos resquícios de um velho mundo cujas gerações caminham para o fim, estando à margem do novo e grande complexo midiático digital conectivo e inclusivo da Internet.

Embora tal cenário seja fictício, vários de seus elementos se encontram presentes na atualidade midiática, a começar pela própria Google, que hoje se apresenta como uma das oito maiores corporações de mídia globais. O medo da Google também é algo que se faz sentir em vários cantos do mundo; a agência Reuters[181], por exemplo, veiculou uma notícia revelando que executivos europeus dos setores de mídia, tecnologia e telecomunicações temem que a Google roube-lhe os negócios. Já nos Estados Unidos, até empresas de outros setores passam a temer a Google, e já estudam maneiras de não terem seus negócios afetados pela revolução que ela vem fazendo dentro do mercado ciberespacial. O problema é que a Google, que começou apenas com um sistema de busca inteligente na web, hoje avança para diversos outros setores, tais como softwares para celulares e soluções para diversas áreas, dentre as quais, medicina, agricultura e, inclusive, implementação de cabos submarinos de fibra-óptica e compra de freqüências de TV (que deixarão de ser utilizadas pelas redes televisivas convencionais que agora migram para o formato HD). Com as diversas soluções que a Google cria, ou compra, ela vai aumentado os seus mercados, e à medida que a Internet cresce e se desenvolve, a Google vai ficando mais forte. A própria ascensão da Google é algo assustador, foram dois anos que separaram o surgimento da empresa até o domínio do mercado de busca na web (entre 1998 e 2000). Hoje, até o lendário Gordon Moore[182] se demonstra impressionado com a empresa, “nesse universo, o Google é o que existe de mais impressionante”, diz o sapiente da informática.

Mas nem todas as notícias remetem a este cenário de completa hegemonia das empresas digitais, enquanto alguns temem a Google, outros tentam derrubá-la, buscam fazer frente a este novo gigante da mídia. Uma matéria de capa da revista Newsweek[183] se pergunta se não está chegando a hora do “Takedown?[184]” da nova gigante, e aponta os esforços de diversas empresas em atacarem o coração da Google, o seu sistema de busca. A matéria foca as principais alternativas de sistemas de busca que estão sendo desenvolvidas, tais como o Quintura (tecnologia russa e norte-americana), o portal sul-coreano de busca Naver (que já é o principal sistema utilizado no país), o alemão Mister Wong (que realiza busca através dos bookmarks dos seus usuários), o sistema russo Yandex (Яндекс), o comitê do governo japonês conhecido como “Great Voyage Information Project” (Information Grand Voyage), além dos sistemas da Microsoft, Yahoo e outras novidades desta área. A matéria chama atenção para dois fatos interessantes: é consenso que há um limite para o que uma única empresa possa fazer dentro do mundo informativo, de modo que imaginar a Google controlando sozinha todo o mercado de busca na Internet (ou uma única corporação qualquer) é algo inviável, inimaginável. O desenvolvimento desses novos grandes sistemas, inclusive, deve suprir as carências e as lacunas deixadas pelo Google, de modo que é mais fácil se imaginar um cenário futuro onde diversas empresas oferecerão variadas soluções para a busca de igualmente variados tipos de conteúdos que os usuários procuram pela grande rede, do que um cenário dominado majoritariamente pela Google. Uma das falhas mais evidentes do sistema da Google é que ele se baseia nos sites que são mais vinculados, ou seja, assumindo que, se, uma página possui muitos links que apontam para ela, ela deve possuir alguma importância[185]. Sim, faz sentido, mas nem sempre o usuário está em busca do que é mais relevante. Essa falha tem sido o hiato que outras empresas buscam explorar dentro deste mercado. O problema é que, enquanto isso, a Google se expande cada vez mais para outras áreas, de modo que outro consenso atual é que, se, não podemos afirmar que a hegemonia da Google será total dentro do ciberespaço, como aponta o vídeo que mencionamos, também é consenso se imaginar o cenário futuro da comunicação sem uma forte participação da Google é impossível.

Uma rápida navegação pelo site do Google[186] nos mostra as soluções oferecidas pela empresa além da busca na web. Na página inicial, ao centro da página, um campo de busca com três opções (pesquisar a web, páginas em português ou páginas do Brasil), convida o usuário a digitar algo que esteja procurando. Há, ainda, ao lado do campo de busca, três links para outras opções oferecidas pelo site: pesquisa avançada, preferências e ferramentas de idiomas. No canto superior esquerdo da página são exibidas outras ferramentas da Google: pesquisa de imagens, mapas, notícias e links para os sites da comunidade virtual Orkut e para o serviço de e-mail G-mail. Há ainda, outro link para “mais” opções, sobre o qual discorreremos adiante. No canto superior direito há um link para outro serviço relacionado a noticias oferecido pela Google, o iGoogle (com um campo para login para este serviço que requer cadastro).

Abaixo do campo de busca da página inicial do Google há ainda cinco links mais. Em Soluções para publicidade, o usuário fica a par e pode encomendar os dois pacotes básicos de marketing contextual do Google: o AdWords (links patrocinados), que é voltado para anunciantes em geral, um mecanismo que só cobra pelos anúncios quando os usuários clicam sobre eles, uma máquina que movimenta cerca de quinze bilhões de dólares por ano, dos quais, quatro bilhões vão para o cofre da empresa[187]; e o AdSense, que é voltado para proprietários de sites, mecanismo que oferece uma compensação financeira ao proprietário do site caso algum usuário efetue uma compra de um produto a partir de um anúncio que este dispõe. Há, ainda, outro link para contato com a empresa para aqueles anunciantes que procuram outros tipos de soluções personalizadas em propaganda na web, o que inclui um mecanismo chamado MOB (otimização do site em mecanismos de busca). Este serviço possui um tipo personalizado de monitoramento, e é otimizado ao site conforme as palavras-chave do cliente, fazendo com que o site fique posicionado nas primeiras colocações da busca orgânica[188].

Fechando essa pequena análise da página inicial do site da Google nós temos, além do campo de busca e suas respectivas opções, um menu superior com sete links, e mais cinco links com outros serviços e informações da empresa, num total de doze links. No entanto, o destaque maior da página é para o serviço principal da empresa, a busca. O logotipo da empresa e o campo de busca junto ao centro da página servem como um ponto de fuga de onde o olhar do navegante não consegue escapar, não há como um usuário entrar na página do Google e não encontrar o sistema de busca. Ele pode até demorar para encontrar outras informações, mas a principal, aquela que se inicia a partir da busca, não há nenhuma dificuldade ou obstáculo que o separam dela. O webdesigner Luli Radfahrer[189], baseando seu estudo na teoria da Gestalt, demonstra que qualquer usuário que se depare com uma página com mais de sete links tende a perder-se e, em muitos casos, desiste de procurar a informação que busca. Embora a página inicial do Google ofereça mais do que sete links, isso não ocorre em relação à busca, já que o único grande destaque da página é para o sistema de busca. Destacamos tal fato, pois, como vimos no capítulo anterior, usabilidade é um conceito fundamental para qualquer um que queira dispor informações na web, e cremos que o site da Google é um exemplo perfeito de usabilidade, tanto que, como destaca Mike Ward, muitos usuários preferem buscar notícias através de sites de busca ou outros mecanismos, ao invés de navegar no confuso mar de opções oferecidas pelos portais de notícias ou sites de empresas jornalísticas. Googlar é simplesmente mais fácil e, se não bastasse isso, a Google ainda oferece diferentes opções para o usuário encontrar e personalizar notícias de que queira se inteirar, como veremos adiante. E mais, como se a simplicidade e a usabilidade que destacamos até aqui fossem insuficientes, a Google ainda possui uma opção de página de busca configurável pelo usuário chamada Google mini, cuja página inicial se compõe apenas do logotipo da empresa e do campo de busca, nada mais (nem as opções de busca que listamos acima), inclusive, até o logotipo da empresa pode ser editado pelo usuário. Sem dúvida, a Google demonstra que entende muito bem o que o termo usabilidade significa e, antes de tudo, este relaciona-se com a simplicidade.

Outro link, Tudo sobre o Google, traz mais informações sobre a empresa, perfil da Google, arquivos de ajuda e links para alguns dos serviços que estamos listando. Além deste, há outro link que leva o usuário para uma página de ajuda sobre questões relacionadas à Privacidade, um dos calcanhares-de-aquiles da empresa, que sofre com diversos processos judiciais relativos a problemas ligados a esta questão. Por fim, mais dois links abaixo do campo de busca da página inicial do Google trazem a opção do usuário configurar o Google como sua página inicial de navegação e outro que o leva à página original do site norte-americano da Google. Clicando no link para o site original da Google nos Estados Unidos, a página se mantém igual, apenas o link para o Orkut é substituído pelo link Shopping, e não há o link para configurar o Google como página inicial.

No link para “mais” opções do Google, há destaque para os principais serviços oferecidos pela empresa e um link para outra opção intitulada “e muito mais”, onde são listados os seguintes serviços:

·        Soluções relacionadas à busca na Internet: Acadêmico, Barra de Ferramentas, Bloco de Notas, Google Chrome (browser), Desktop, Diretório, Earth, iGoogle, Imagens, Mapas, Pesquisa de Blogs, Pesquisa de Livros e Pesquisa na Web.

·        Outros serviços: Agenda, Blooger, G-mail, Grupos, Orkut, Picasa, Talk, Docs, Youtube e Pack.

Estes são os serviços oferecidos pela Google que são visíveis aos usuários, mas existem diversos outros, alguns ainda, tais como o Froogle; busca de produtos ainda não disponível em nosso país, e o Google Watch; cookie que armazena informações sobre as buscas realizadas pelos usuários, também entendido como o sistema de espionagem da empresa, que tanto é capaz de usar as informações para melhorar e direcionar os seus serviços/produtos como é capaz de vendê-las para terceiros, entre os quais a CIA – Central Intelligence Agency (EUA) – seria um dos clientes (Araujo, 2006:488). Existem também os serviços e soluções voltados para empresas, tais como venda de sistemas para blogs corporativos, soluções para streaming de vídeo, licenciamento de tecnologia de busca e diversos outros[190]. Como vimos na lista acima, existem dois serviços relacionados ao mundo da notícia, a pesquisa de blogs e o iGoogle, mas há outros: o Google Notícias, o Google Reader e a plataforma de blogs Blogger. Outro site da Google que vem sendo muito utilizado pelos blogueiros é o Analytics, sobre o qual discorreremos no penúltimo tópico deste capítulo.

O Google notícias é um serviço personalizável onde o algoritmo da empresa é utilizado para listar as principais notícias nos países onde este serviço é disponível (em 59 países, segundo disposto na página inicial do site), a página é divida em editorias (Últimas notícias, Internacional, Brasil, Negócios, Ciências, Esportes, Entretenimento e Saúde), mas limita-se a fontes parceiras da empresa naquele país (são duzentas no Brasil, segundo informação disposta no site). Há ainda uma opção específica para busca de notícias na web. O interessante do serviço é que além das notícias em manchete, o usuário pode acessar as demais notícias que se relacionam com as que aparecem em destaque. Assim, seguindo a lógica do algoritmo da empresa, as noticias de destaque são sempre aquelas que possuem mais notícias que se relacionam a mesma. Wilson Roberto Bekesas quando discorre sobre as novas interfaces da notícia através da web, inclui a análise do sistema de notícias da Google, e expõe:

O Google News e os agregadores de notícias servem-se da tecnologia do que ficou conhecido como semantic web, que opera com metadados semânticos dentro da web, isto é, informações que descrevem o conteúdo, o significado e a relação entre todos eles de uma maneira que podem ser reconhecidos e agrupados pelos mecanismos de busca dos diversos banco de dados presentes na rede. O RSS faz parte desses metadados (Bekesas, 2006:76).

O iGoogle é um serviço de RSS da Google, onde o usuário, através de um cadastro, pode personalizar as notícias que quer dispor em uma página configurável. A jornalista e blogueira Lucia Freitas diz que o iGoogle “é um sistema diferenciado de RSS, que não utiliza a dinâmica do código limpo (XML), e serve para compartilhar as informações que são dispostas num blog, por exemplo. O iGoogle (e o Google News) é só conteúdo, não mexe com o formato”. Na verdade, os serviços Google News e iGoogle se confundem, o segundo é um adicional ao primeiro, onde o usuário, mediante cadastro, pode configurar com mais precisão as notícias que queira acessar, inclusive, adicionando os seus próprios feeds e integrando informações de outros serviços da Google, como o G-mail e o Orkut, por exemplo.

Pelo iGoogle é possível se identificar quais são as empresas parceiras da Google dentro do mundo da informação em nosso país, quais são os parceiros que oferecem conteúdo para tal serviço. O site oferece a personalização de notícias e informações de incontáveis empresas e sites do mundo, que seriam impossíveis de serem listados, são os gadgets e feeds que o usuário pode adicionar à sua página do iGoogle. Além das opções que a Google oferece, o usuário pode configurar os feeds de qualquer site que ofereça este recurso. Uma busca por novos gadgets e feeds nos retornou mais de duas mil opções, até o momento em que desistimos de continuar a busca. Basicamente, os gadgets e feeds são organizados em oito categorias: notícias, ferramentas, comunicação, diversão e jogos, finanças, esportes, estilo de vida e tecnologia.

Dentre as opções oferecidas pela Google na categoria notícias, destacam-se as seguintes de empresas brasileiras:

·        Estadao.com.br, Meio & Mensagem, PCI Concursos, Folha Online, IstoÉ Dinheiro, Revista INFO Online, Clube do Hardware, UOL, Band Jornalismo, Terra, Google News Brasil, iG Último Segundo, Viva o Linux, Dicas-L, Geek, No Mínimo, Valor Online, Jornal do Comércio Online, IDG Now, Horóscopo Virtual, Baboo, Blue Bus, Info Money, BBC Brasil, Mundo Virtual, Portal do Desenvolvimento, Últimas Notícias FIAM-FAAM-FISP e Jus Naviganti.

Vale frisar que algumas dessas empresas listadas acima oferecem diversos feeds e gadgets. No total, encontramos cerca de setenta opções ligadas a notícias no Brasil, mas existem inúmeras outras.

Há, ainda, os feeds e gadgets mais populares, aqui listaremos as empresas brasileiras que não aparecem na lista anterior. São as cem (100) opções mais populares segundo o Google, o que corresponde às dez primeiras páginas de resultados da busca por novos feeds e gadgets, já que, como foi colocado anteriormente, são poucos os que se aventuram além da décima página de resultados de busca do Google, essa listagem apresentou apenas três resultados:

·        O Globo, G1 e Blog dos Blogs.

Também, adicionamos os feeds e gadgets de empresas brasileiras que aparecem entre os cem (100) mais listados numa busca em todas as categorias:

·        iG, Charges.com.br, Frasear.com, Climatempo, Globo.com e Cotações BOVESPA.

A mesma busca com o filtro BR (sites brasileiros), retorna as seguintes empresas nacionais ligadas à notícia:

·        SBCWeb.com.br, Macrofotografia, Tableless.com.br, Motorclube.com.br, Rasta.com.br, Just Lia, CavZodiaco.com.br, HotSurfers.com.br, iftk.com.br, eupodo.com.br, Três Minutos para o Sucesso, Inovação Tecnológica e Portal Exame.

De todos esses serviços listados, existem aqueles que são oferecidos logo na página inicial do iGoogle, que pertencem às empresas diretamente parceiras da Google no Brasil. Além dos serviços da própria Google, aparecem serviços de grandes empresas noticiosas, tais como: Globo, iG, UOL e Folha Online, entre outras de dimensões menores já listadas acima[191].

Como se pode observar, as principais empresas de comunicação do país oferecem diversos serviços e feeds que podem ser acessados pelo iGoogle. As que não aparecem nas listas acima podem ser encontradas através de buscas específicas, de forma que nenhuma fica de fora. Dos oito grandes grupos comunicacionais brasileiros que listamos no primeiro capítulo, apenas o grupo Silvio Santos não retornou nenhum resultado dentro desta busca que empreendemos.

O fato interessante que se pode observar nesta busca é que não há hierarquia entre os resultados, qualquer site que ofereça esse tipo de serviço pode aparecer na busca, seja ele de um grande grupo noticioso, de um grande portal, um serviço oferecido por um site qualquer ou um simples blog. De fato, podemos observar que, na web, nome e tradição são fatores de pouca relevância, o que se destaca, como esta pequena pesquisa revela, é o conteúdo dos sites, onde os mais interessantes para os usuários são aqueles que mais se destacam, não importando, inclusive, a sua relevância. Sendo assim, conclui-se que há um certo grau de veracidade na afirmação de que, na Internet, as empresas se encontram praticamente em pé de igualdade com o indivíduo e suas produções.

Por fim, os outros serviços relacionados à notícia oferecidos pela Google são o Blogger, plataforma gratuita para a criação de blogs, e o Reader, um programa leitor de RSS que, assim como diversos outros similares (Bloglines, News Gator News Alloy, Bandit, Feedreader, Tristana, Active Web Reader etc.), permite a organização e leitura de feeds RSS através de um programa muito parecido com os gerenciadores de e-mail (tanto que o Yahoo mail oferece esse serviço integrado ao seu programa), de forma que, uma vez atualizados os feeds, o leitor pode lê-los off-line. A diferença básica entre o Google Reader e o iGoogle é que o segundo só pode ser lido online (além de não trabalhar com o código XML limpo como mencionamos, uma característica dos leitores RSS em geral).

Como vemos, a Google através de seus mecanismos e tecnologias vem trazendo novas soluções para o mundo informativo, que incluem uma nova gama de possibilidades pela qual os usuários podem se informar através das novas mídias. Mesmo sem precisar produzir conteúdo, valendo-se dos conteúdos de outras empresas, a Google se apresenta hoje não mais apenas como uma empresa de tecnologia, mas também de mídia, e dadas as dimensões que a empresa vem ganhando, entende-se o porquê de muitos terem medo dela, ou outros que a incluem dentro de um novo cenário comunicacional sem a participação das empresas de mídia tradicionais, como preconizado no vídeo por onde iniciamos o presente tópico. Por essa análise, cremos que tal cenário não se desenha, pois como vimos, o que a Google faz é facilitar o acesso e servir de plataforma para que empresas e usuários desfrutem de suas produções, informações e conteúdos diversos. A totalidade dos conteúdos acessíveis pelos mecanismos da Google advém de grandes empresas informativas e terceiros, o que se faz por meio de diversas parcerias inclusive. Apesar de não acreditarmos em mundo comunicativo que venha a ser dominado apenas por empresas de tecnologia (além do próprio usuário), uma coisa é fato: a Google controla a informação centrada no usuário, algo que está fora do alcance das tradicionais empresas de mídia, trata-se de um novo negócio, um novo mundo informativo totalmente fora da lógica com a qual as grandes corporações de mídia tradicionais montaram os seus impérios, daí muitos entenderem que estes venham a ruir ou estejam sofrendo para se adaptar dentro desse novo contexto midiático.

 


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