Entrevistas Revista Imprensa
De 26/09/2008 a 24/10/2008

Dados:

·        Nomes: Flávia Pegorin, Clarissa Passos, Viviana Agostinho;

·        Profissões: Jornalistas;

·        Idades: 33, 30 e 31 respectivamente;

·        Residências: São Paulo e São Francisco – EUA (Viviana);

·        Blog: garotasquedizemni.ig.com.br;

·        Temática do Blog: Generalidades, mídia, dia-a-dia, fofoca.

Perfis:

Flávia Pegorin, 33 anos, formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Metodista em São Bernardo do Campo/SP, tendo feito o curso entre janeiro de 1993 e dezembro de 1996.

Clarissa Passos, 30 anos, formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Metodista em São Bernardo do Campo/SP, tendo feito o curso entre janeiro de 1996 e dezembro de 1999.

Viviana Agostinho, 31 anos, formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tendo feito o curso entre janeiro de 1995 e dezembro de 1998.

Questões:

1-) No compito geral, no que você acha que as novas mídias, em especial a plataforma blog, agregam à prática do jornalismo na atualidade?

R: À prática do jornalismo, em si, acho que pouca coisa, se formos analisar direito. No máximo, jornalistas que mantêm blogs acabam, ali, tendo espaço sem fim para colocar suas notícias e crônicas. Bom, muitos acabam fazendo dos blogs um palanque para essa ou aquela idéia, mas aí não é muito "jornalismo", não é? Na verdade, acredito que a maioria dos blogs ditos "jornalísticos" acabam se tornando mais sites de crônicas e de opinião, onde o autor dá sua idéia sobre os fatos.

2-) Você acha que o jornalismo na Internet e/ou os blogs favorecem o despertar de uma consciência crítica mais apurada em relação à vida em sociedade do que nos tradicionais veículos do mainstream media?

R: Acho que isso é atribuir um poder grande demais aos blogs. Por um lado, a internet acaba tendo essa aparência muito libertária, onde todos dizem o que querem, mas isso é relativo, porque nem tudo é apurado de verdade. Além disso, blogs jornalísticos também pertencem a uma empresa, que paga aquele profissional assim como jornais ou revistas. É apenas uma mídia diferente - e ainda nova, o que atrai muita gente. Despertar uma consciência crítica, porém, é mais complexo. E o papel do jornalista é, na verdade, informar com precisão a verdade plena, não despertar nada. Isso, quem decide, é o leitor.

3-) Você acha que a Internet e as novas mídias relevarão à inexistência ou à um plano mínimo as atuais mídias impressas, em especial o jornal impresso? E o aquecimento global, não recai sobre esse problema?

R: Acredito que a internet poderá tirar muita força desses meios "mais tradicionais". Acabar... não sei. Talvez sim, mas levará muitos e muitos anos ainda. O fato é que muitos não verão (e já não vêem) motivos em comprar uma revista por R$ 10 se podem ler sobre turismo, moda, eletrônica ou qualquer outro assunto na internet. O que eu desejaria, porém, seria um outro cenário: que as revistas e jornais impressos passassem a ser a alternativa, sendo o produto original, uma página virtual. Assim: a revista em papel existiria, mas para poucos compradores; a revista sairia, de fato, na internet, bancada pelos anunciantes ou por assinantes. Acho que isso até já acontece por impulsão do cotidiano. Revistas que em 1998 tiravam 300.000 cópias, hoje saem com 60.000. O consumidor está fazendo a sua escolha. O mercado que trate de se organizar nessa realidade! (No caso do aquecimento global, ele seria reduzido com menos impressão de papel? Sim. Mas os computadores também geram o famigerado lixo cibernético... Isso é assunto pra mais de um dia, hein?!).

4-) Você trabalha com metas de audiência, públicos segmentados e/ou com que tipo maior de objetivo? É possível você nos fornecer uma cópia dos relatórios de métrica (ou quaisquer outros que você se utilize) do seu blog para a nossa análise?

R: Temos esses dados todos, mas não "trabalhamos com eles". No nosso caso, não há metas a cumprir. Somos, acima de tudo, um blog de entretenimento, não de jornalismo (apesar de sermos jornalistas na nossa vida civil). Para citar um dado de audiência, nossos pageviews hoje ficam em torno de 25.000 visitas diárias e temos 8.000 unique visitors. Muito bom para um site de textos.

5-) Como você ganha dinheiro com seu blog?

R: Temos uma parceria de valor fixo mensal, como uma "ajuda de custo", com um grande portal de internet. O IG!

6-) Quais palavras-chave você atribuiria ao uso e ao sucesso da plataforma blog?

R: O blog nasceu da espontaneidade de gente jovem que gostava de escrever sobre seu modesto dia a dia, desde o que comeu no café da manhã até o gatinho que estava pegando na balada. Disso, uma coisa muito maior surgiu: a possibilidade de atingir muitas pessoas instantaneamente. Blogs em forma de diário seguem existindo, mas o leque se abriu - e daí saiu muita gente que tinha muito a dizer em temas específicos, de forma embasada, com bom texto e boas idéias. A ferramenta é simples de usar, é abrangente, é uma plataforma de lançamento para aqueles que adoram dividir informação. E quem não adora isso hoje em dia?

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Dados:

·        Nome: Carolina Frazon Terra;

·        Profissão: Jornalista/ Relações Públicas;

·        Idade:  28;

·        Residência: São Paulo;

·        Blog: rpalavreando.blogspot.com;

·        Temática do Blog: Relações Públicas.

Perfil:

Formada em Relações Públicas pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp Bauru), especialista em Gestão Estratégica de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, e Mestra em Interfaces Sociais da Comunicação, ambas pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Iniciou a carreira em Bauru trabalhando em empresas como a FIAT e Associação Hospitalar de Bauru. Atuou quatro anos e meio como relações públicas da Vivo e atualmente é coordenadora de Comunicação Corporativa do site “Mercado Livre”. Além disso, é docente nos cursos de Relações Públicas da Universidade de Santo Amaro (Unisa) e da Fundação Escola de Comércio “Álvares Penteado” (Fecap), em São Paulo, e editora do blog “RPalavreando” (Terra, 2008:5).

Questões:

1-) No compito geral, no que você acha que as novas mídias, em especial a plataforma blog, agregam à prática do jornalismo na atualidade?

R: Com certeza, as novas mídias agregam em muito ao jornalismo, pelo caráter de imediatismo, facilidade de publicação, de compartilhamento e de difusão.

2-) Você acha que o jornalismo na Internet e/ou os blogs favorecem o despertar de uma consciência crítica mais apurada em relação à vida em sociedade do que nos tradicionais veículos do mainstream media?

R: Não gosto desse dualismo: ou os blogs ou as mídias tradicionais. Sendo bem curta e grossa: um complementa o outro e não são os meios que despertam a consciência crítica nos cidadãos.

3-) Você acha que a Internet e as novas mídias relevarão à inexistência ou à um plano mínimo as atuais mídias impressas, em especial o jornal impresso? E o aquecimento global, não recai sobre esse problema?

R: As mídias tradicionais estão em processo de transição. As novas mídias idem. Estão todos se acomodando e achando o seu lugar ao sol. Obviamente, os jornais perderão um pouco da fatia de mercado e muitos se restringirão à internet. Mas, haverá espaço para mais capacidade de análise e qualidade gráfica nas mídias impressas. Não tenho dúvidas.

R: Quando a televisão foi lançada, dizia-se que era o fim do cinema. Sabemos hoje que não foi assim. O mesmo deve acontecer com os meios digitais e os impressos. Vão se complementar e encontrar os seus nichos de atuação.

4-) Você trabalha com metas de audiência, públicos segmentados e/ou com que tipo maior de objetivo? É possível você nos fornecer uma cópia dos relatórios de métrica (ou quaisquer outros que você se utilize) do seu blog para a nossa análise?

R: Não trabalho com metas de audiência. Trabalho com conteúdo relevante a fim de atingir uma parcela cada vez mais afim à temática do blog. Públicos segmentados são realmente a vantagem das mídias digitais.

Para vc obter análises de blog, basta criar um blog no wordpress e extrair relatórios de Page views, hits, comentários, posts mais visitados, ping backs, etc. Infelizmente, não posso fornecer o meu.

5-) Como você ganha dinheiro com seu blog?

R: O meu blog é informativo, sem caráter comercial.

6-) Quais palavras-chave você atribuiria ao uso e ao sucesso da plataforma blog?

R: Colaboração, produção coletiva de conteúdo, participação, democratização.

Réplica:

1-) O que são PING BACKs e HITs?

R: Ping backs são todos os links que direcionam ao seu site.

Hits – são os textos ou posts mais acessados, mais visitados.

2-) Você não acha que os meios digitais são mais ecologicamente corretos do que os impressos e, em função disso, a sociedade deveria optar por eles? Em outras palavras, o fim dos impressos não deveria ser uma meta a ser atingida?

R: Sim, acredito que os meios digitais sejam ecologicamente corretos, sim, mas não acredito no fim dos impressos e sim, em uma evolução, com menos gastos e mais economia da natureza.

Não acredito no fim total dos impressos. Em uma diminuição, sim!

Tréplica:

1-) Através das minhas análises sobre os blogs, eu cheguei a seguinte frase: "para o jornalismo na internet: o weblog é a mensagem". Como a construção dessa frase passou pela análise do seu trabalho entre diversas outras fontes, eu gostaria de saber, se possível, qual a sua opinião sobre ela.

R: Conceito difícil e emprestado do nosso McLuhan esse, hein?

Eu acredito que nos dias de hoje os weblogs sejam o meio e a mensagem! São veículos de expressão dos indivíduos e como preconizou McLuhan são extensões do homem.

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Dados:

·        Nome: Tiago Dória;

·        Profissão: Jornalista e tecnólogo;

·        Idade: 28;

·        Residência: Santos;

·        Blog: www.tiagodoria.com;

·        Temática do Blog: tecnologia.

Perfil:

Sou formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Católica de Santos. Tenho cursos na área de Gestão de Negócios em Informática pela Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec). Em relação à formação profissional, sou jornalista, desde 2003 tenho um blog sobre mídia e tecnologia, já fui editor de Economia e Mundo Virtual do Último Segundo e atualmente atuo também como consultor de mídia.

Questões:

1-) No compito geral, no que você acha que as novas mídias, em especial a plataforma blog, agregam à prática do jornalismo na atualidade?

R: Acredito que o principal efeito do uso da plataforma blog para o jornalismo foi trazer para o mercado novos nomes e atores sociais. Antes para fazer nome no jornalismo, você precisava bater na porta de um grande veículo de comunicação. Hoje você pode construir a sua marca na rede. Você pode construir a sua reputação e credibilidade fora do ambiente de uma redação.

2-) Você acha que o jornalismo na Internet e/ou os blogs favorecem o despertar de uma consciência crítica mais apurada em relação à vida em sociedade do que nos tradicionais veículos do mainstream media?

R: Ambos podem fornecer uma visão crítica. O que acontece é que potencialmente e teoricamente os blogs abrem espaço para que outras pessoas fora do mainstream possam publicar sua visão de mundo. Em relação ao jornalismo na internet, em geral, ele é o mesmo praticado no mainstream, só mudam os meios.

3-) Você acha que a Internet e as novas mídias relevarão à inexistência ou à um plano mínimo as atuais mídias impressas, em especial o jornal impresso? E o aquecimento global, não recai sobre esse problema?

R: Os jornais impressos não vão acabar. A meu ver, o que vai acontecer é que a internet vai passar a sustentar os impressos. Da mesma forma que durante muito tempo, os impressos sustentaram a TV.

Acredito que está acabando não um formato [jornais impressos], mas um modo de produzir e apresentar conteúdo baseado no autoritarismo, no "eu falo e vocês escutam", e na sustentação apenas por "grifes jornalísticas". Acredito que as pessoas não estão cansadas do jornal, mas de ler a mesma notícias duas vezes.

R: Realmente, existe uma preocupação com o uso de tecnologias verdes e do papel, mas, a meu ver, isso ainda não é o ponto crucial no questionamento atual do meio impresso.

4-) Você trabalha com metas de audiência, públicos segmentados e/ou com que tipo maior de objetivo? É possível você nos fornecer uma cópia dos relatórios de métrica (ou quaisquer outros que você se utilize) do seu blog para a nossa análise?

R: Eu procuro ter não o maior, mas o melhor público. O mais interessante dos blogs é falar para um pequeno, mas qualificado público. Não posso fornecer os relatórios, mas tenho, em média, 6 mil visitantes únicos por dia.

5-) Como você ganha dinheiro com seu blog?

R: Eu tenho uma parceria de conteúdo com um portal de internet. Recebo um fee mensal pelo licenciamento de conteúdo.

6-) Quais palavras-chave você atribuiria ao uso e ao sucesso da plataforma blog?

R: Simplicidade e faça-você-mesmo. 

Réplica:

1-) Na sua visão, como as ferramentas de RSS (e feeds em geral), e o microblogging vêm contribuindo tanto para a comunicação embasada em blogs, como ao jornalismo na web de um modo geral? Você utiliza alguma (inclusive outras além destas)? Quais? Porque? E quais os benefícios que você obtém com elas?

R: Utilizo o Twitter. Fui um dos primeiros usuários no Brasil. Utilizo por que é uma ferramenta mobile que me permite comunicar e publicar conteúdo de qualquer lugar. Acredito que essas ferramentas criam camadas a mais de informação. Nenhuma substitui a outra. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens.

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Dados:

·        Nome: André “Dedo” Salles;

·        Blog: digitalpoiesis.blogspot.com;

·        Temática do Blog: Poesia.

Contato: via comunidade do Orkut “Pesquisa sobre Blogs” (de Pedro Luiz de O. C. Bisneto, criada em 04/10/2008).

Endereço: http://www.orkut.com.br/Main?cmm=71468785#Community.aspx?cmm=71468785

Questão:

No compito geral, no que você acha que as novas mídias, em especial a plataforma blog, agregam à prática do jornalismo na atualidade?

R: Acho que são a nova prática do jornalismo na atualidade. Agregam conhecimento de forma quantitativa e, por consequência, qualitativa. A fronteira entre o profissional e o amador torna-se cada vez mais tênue, de forma que a produção de conhecimento está agora na mão da população média.

Temos com isso o surgimento de muito conhecimento não verificado/referenciado e de baixa qualidade, mas temos também muito mais conhecimento específico e embasado sendo produzido.

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