 |
Trovas
e Sonetos |
|
|
|
No
dia em que estiver vigendo sobre a Terra
o primado do amor nos corações e mentes;
No dia em que inexista o ódio que se encerra
Em mórbidos espíritos intransigentes;
No dia em que não
mais algures façam guerra,
Semeando o horror, a dor e a morte de inocentes;
No dia em que o fantasma, que hoje nos aterra,
Da destruição total não mais ameace as gentes;
No dia em que não
mais se agrida a Natureza,
Levando muitas formas de vida à extinção,
No dia em que a ninguém mais falte o pão à mesa,
Nesse dia, talvez,
à nossa espécie humana
Faça jus se orgulhar de tal designação
Já que hoje, sem razão, dela tanto se ufana...
|
|
Vejo em frente,
pendurado,
um quadro de Paraty,
qual se houvesse perguntado:
"Que é que estás fazendo aqui?"
|
|
Jânio e Montoro,
eis o assunto...
Na foto, o aperto de mão:
um com cara de defunto
e o outro, de indigestão...
|
|
"Feia!"
Embriadado, o marido
grita e escuta, alto e bom som:
"Bebado!" "Sim", diz, ferido,
"mas amanhã fico bom!"
|
|
Chove no Natal...Se
trata,
quiçá, de um pranto de dor
por quem passa a grande data
sem pão, sem lar, sem amor?...
|
|
De que adianta ter
dinheiro
se o corpo é fraco, precário?
Melhor é ser, companheiro,
saudável e milionário!
|
|
Não sei se mais aprecio
um dia gélido ou quente:
cai bem o vinho no frio,
no calor, chope é excelente!
|
|
Tinha
razão o ilustre general!
Muita razão, conforme logo sente
Quem procure encontrar ordem, moral
Nesta vergonha que é o Brasil presente...
Aqui
se julga coisa natural
Marcar às cinco para eventualmente
Chegar às seis... Se admite, aqui, normal
Ver tanta gente engabelando gente...
Tudo
se pode: ser ladrão, venal,
Matar, especular ou transgredir...
Ante o que viu, e sempre mais se vê,
Tinha
razão o velho general
Ao proclama, a quem quisesse ouvir,
Que "le Bresil n'est pas un pays sérieux!"
|
|
Clique
aqui para adquirir esta obra |
|
Topo
da página |