Recordo Potosi,
bela e pacata
cidade há muito
erguida a grande altura,
e a montanha de
prata, pura prata
que foi a sua riqueza
e a sua tortura...
Por ela, gente
vil, que rouba e mata,
profanou a Bolívia...
E a clava dura
dos saqueadores
uma história ingrata
lavrou, cheia de
sangue e de amargura...
Há tempo estive
lá, mas a impontente
montanha, com suas
minas, faz lembrar,
ainda hoje, que
fiquei ao longe, ausente...
E nesse pensamento
algo me assanha:
o anseio de voltar
a esse lugar
e desvendar o ventre
da montanha!