Responsabilidade Social Vs. Relações
Públicas com Consumidores
Por Bibiana Elena Schmidt Farias
Professora orientadora: Ethel Pereira
INTRODUÇÃO
Responsabilidade social é um termo muito usado
hoje em dia, principalmente pelas grandes empresas,
que possuem diferentes segmentos, produtos ou serviços
e que visam um maior e melhor relacionamento com seus
consumidores.
Para o desenvolvimento desta matéria, será
preciso inicialmente apresentar alguns conceitos, como
a responsabilidade social, fazendo um link com a disciplina
Relações Públicas com Consumidores,
que estudamos ao longo do terceiro semestre da faculdade.
A responsabilidade social está abrindo novos
caminhos para o profissional de relações
públicas, que coordena o relacionamento entre
os públicos e empresas, preocupadas com o desenvolvimento
social e ambiental da comunidade local e o país
como um todo.
O consumidor é um tipo de público muito
volúvel, pois a concorrência de produtos
e serviços está acirrada, fazendo com
que o ele tenha facilidade para trocar de produto a
qualquer hora.
Os valores agregados dos produtos, hoje em dia, estão
sendo avaliados com mais seriedade e consciência
pelos consumidores. Para a efetivação
da compra do produto, o consumidor analisa com cuidado
o produto, a embalagem, as matérias primas e
até se a empresa age de maneira socialmente correta
no meio ambiente e atua com projetos sociais na comunidade.
O mercado e a demanda estão fazendo com que as
empresas tenham um projeto de responsabilidade social,
pois a que não tiver, já está um
passo atrás do concorrente.
O Banco Real desenvolve diversos projetos bem sucedidos
na área de responsabilidade social, tanto para
os consumidores como para empresas, que vale ser citado
como um case de extrema importância no mercado.
DESENVOLVIMENTO
Para o desenvolvimento desta parte, é preciso
conceituar primeiramente responsabilidade social, e
depois contextualizar o público consumidor.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
“Responsabilidade social é “muito
mais que atos isolados de benemerência e filantropia,
trata-se de uma consolidada estratégia de integração
de empresas e seus consumidores... porque quando uma
companhia se localiza num determinado espaço
ela deve criar um vínculo com essa comunidade”.
(CREDIDIO, Fernando Antonio Opice. Responsabilidade
social & terceiro setor – O comportamento
dos consumidores frente às condutas socialmente
responsáveis das empresas).
CONSUMIDORES
Hoje em dia, comunidade e consumidor estão
mais atentos ao meio externo e aos produtos que compram.
O código de defesa do consumido, mais do que
nunca, está sendo usado.
As pessoas sabem o que devem exigir, cobrando mais das
empresas que fazem parte do seu meio. Existem diferentes
tipos de consumidores e cada um merece uma atenção
adequada e individual.
RESPONSABILIDADE SOCIAL Vs. RELAÇÕES
PÚBLICAS COM CONSUMIDORES
A prática da responsabilidade social, como
podemos verificar através de artigos e matérias,
vem crescendo dia após dia. De um lado as empresas
que estão se tornando mais conscientes, visando
sempre os lucros e também o fortalecimento da
imagem. De outro, os consumidores que parecem estar
acordando para o que é “socialmente correto”
dentro das suas comunidades e no meio externo.
Com este novo cenário, de mudanças sociais
e ambientais, o profissional de relações
públicas aposta em mais um nicho de mercado,
aproveitando a oportunidade para unir conhecimento teórico
e prático, ajudando a construir uma sociedade
de organizações mais ética e consciente
dos problemas socioambientais e auxiliando no desenvolvimento
de uma sociedade mais atenta aos problemas que estão
ao redor, dentro do seu próprio país.
As empresas têm se “reciclado” ao
longo desses últimos anos para satisfazer os
consumidores, se envolvendo mais com a comunidade local
e meio ambiente.
Com a prática da responsabilidade social inclusa
no planejamento das empresas, o marketing social servirá
de apoio e estará sempre em alta, trazendo maior
divulgação na mídia, potencializando
a marca, atraindo novos consumidores, fortalecendo a
imagem da empresa com o público externo e interno.
Segundo os autores Francisco Paulo de Melo Neto e César
Froes, existem cinco tipos de marketing sociais, como
seguem:
- Marketing de filantropia: caracterizado pelos programas
de doações, que entre outros aspectos,
não estão direcionados para o marketing
da empresa e atenuam o estereótipo social da
empresa que obtém lucro final;
- Marketing de campanhas sociais: tem característica
de forte apelo emocional, conta com o apoio da mídia,
assegura grande retorno publicitário para as
empresas que participam das campanhas;
- Marketing de patrocínio de projetos sociais:
existem dois tipos de patrocínios, o de projetos
de terceiros e os de projetos próprios, que
visam à maximização do retorno
publicitário e à potencialização
da marca;
- Marketing de relacionamento com base em ações
sociais: usa da força de vendas e representante
como “prestadores de serviços sociais”,
visa a fidelização dos clientes, dá
ênfase na questão de serviços
do tipo aconselhamento, orientações
médicas e educacionais;
- Marketing de promoção social do produto
e da marca: caracterizado pelo licenciamento do nome
ou logotipo de uma entidade sem fins lucrativos ou
de uma campanha social do governo para uma empresa
em troca de uma porcentagem do faturamento.
O marketing social no Brasil não era muito aprofundado
em tempos passados, com certeza essa prática
aumentou com a chegada da responsabilidade social nas
empresas que se espelharam em empresas norte-americanas.
O avanço da responsabilidade social nas empresas
está aumentando devido ao processo de globalização
e uma mudança no comportamento da sociedade.
Para uma campanha de responsabilidade social ser efetiva,
diz Credidio, que primeiramente devemos “arrumar
a casa”, ou seja, conscientizar o público
interno das ações, da necessidade e da
importância dessas práticas.
Mais um trabalho para o profissional de Relações
Públicas, que atua diretamente no público
interno das organizações, educando e sanando
dúvidas quanto os processos de mudança
social.
A responsabilidade social é uma ótima
oportunidade para os profissionais de relações
públicas que querem atuar no mercado das comunicações
junto do desenvolvimento da sociedade e comunidade próxima
a sua empresa.
CASE BANCO REAL
O Banco Real aposta alto nos projetos de responsabilidade
social. Sua missão é “satisfazer
o cliente, gerando valor para os acionistas, funcionários
e comunidade onde atuamos, através de postura
ética nos negócios, diferenciando-nos
pela qualidade dos produtos, serviços e, especialmente,
pela atendimento”.
O Banco Real percebeu que a sociedade brasileira está
evoluindo e conseqüentemente exigindo um novo papel
dos bancos, que devem atuar como fomentadores de uma
sociedade que seja economicamente eficiente, socialmente
justa, politicamente democrática e ambientalmente
sustentável.
Na prática, significa uma forma de conduzir os
negócios que leva em conta o desenvolvimento
de toda a sociedade, buscando uma relação
mais equilibrada entre o lucro, as pessoas e o planeta.
A prática da responsabilidade social acontece
“de dentro para fora”, onde os investimentos
para conscientização e mobilização
do público interno já são bastante
adequados.
As ações de responsabilidade social são
desenvolvidas por grupos de trabalho formados pelos
próprios funcionários, e em um segundo
momento, envolvem os demais públicos do Banco.
Foi criada recentemente, a Diretoria de Responsabilidade
Social, que tem como papel facilitar todo o processo
e ser um elo entre a sociedade. Existem também
as parcerias que o Banco Real tem com ONG’s, consultorias,
governo, fornecedores e outras empresas.
Na seqüência, algumas das ações
já praticadas.
Educação e cidadania: estão entre
as prioridades do Banco Real na área social,
que atua para a construção de soluções
que causem impacto positivo à comunidade, contribuindo
assim, para a transformação da realidade
social do país.
Diversidade: o Banco entende que a sociedade brasileira
é caracterizada pela diversidade, que é
um valor que gera interações criativas
e permite encontrar soluções melhores
para a sociedade e o mundo dos negócios. As ações
nesta área concentram-se em cinco focos:
- Acessibilidade – adaptação
de espaços físicos ou serviços
para idosos, gestantes, deficientes e crianças;
- Capacitação – investimento na
educação de grupos em situação
de desvantagem social, por meio de parcerias;
- Comunicação – promoção
da diversidade na comunicação interna
e externa par que seja cada vez mais inclusiva;
- Recrutamento/ carreira – atenção
à diversidade entre os funcionários,
com oportunidades iguais de crescimento;
- Mobilização – processos de mobilização,
sensibilização e engajamento por meio
de atividades variadas.
Fornecedores: incentivo aos fornecedores a adotar a
prática de responsabilidade social e ambiental,
revendo todos os processos organizacionais de relacionamento.
Meio ambiente: o Banco Real busca diminuir o impacto
ambiental criado pelas instalações das
agências e prédios administrativos, e incentiva
projetos para o uso inteligente dos recursos naturais.
Esta sendo iniciado um programa chamado ”Ecoeficiência”
que fundamenta-se em três “R”:
- Redução do consumo de água,
energia, papel, plásticos, vidros, cartuchos
de impressora, lâmpadas e pilhas;
- Reutilização desses materiais, sempre
que possível;
- Reciclagem desses materiais, sempre que possível.
Facilidades de créditos: por meio de sua política
de riscos socioambientais, o Banco reconhece e concede
facilidades de créditos a empresas de médio
e grande portes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim como o Banco Real, muitas das grandes empresas
que hoje estão em busca de um diferencial, estão
investindo em responsabilidade social.
Responsabilidade social é um assunto muito interessante,
porém acredito que deveria ser mais aprofundado,
até mesmo nas faculdades. Essa prática
é uma tendência do mercado, em todo lugar
se ouve falar em responsabilidade social, ética,
investimento social, deveríamos estar mais entrosados
com esta matéria.
As Relações Públicas com os consumidores
são de extrema importância, como vimos
durante o semestre, pois eles estão cada dia
mais exigentes, podendo trocar de produtos ou serviços
a qualquer momento. Os consumidores sabem o que devem
exigir, o código de defesa do consumidor é
muito claro.
A prática de responsabilidade social deve ser
mais difundida. Uma das tarefas do relações
públicas é disseminar boas idéias.
Se valendo de que o marketing social gera uma ótima
imagem institucional, a empresa deve investir em projetos
que possam trazer lucros a ela, geralmente esses lucros
são a longo prazo.
Juntamente com um trabalho bem feito dentro da própria
empresa, com a conscientização do público
interno, a prática da responsabilidade social
é muito bem vinda, quando visa o desenvolvimento
das pessoas da comunidade, gerando uma sociedade até
mais atrativa ao mercado de trabalho.
MAIO/2004
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