Revista Exame
- Crise de imagem
A revista abre o panorama de imagem do Mc Donald's.
A entrevista é muito interessante. Retrata ações
que foram adotadas pela empresa que visam minimizar
o impacto da crise de imagem e aborda ainda os
fatores que desencadearam essa crise. A entrevista
completa você confere no acervo da nossa biblioteca.
Case: Logotipo Coca Cola
Será que o nome e o logotipo da Coca-Cola são
tão impactantes que valem alguns milhões de dólares?
E o voleio da Nike? É uma obra prima do design,
a ponto de valer outros tantos? Óbvio que não.
Aliás, sabemos que no caso da Nike o citado símbolo
foi desenhado por um estudante que à época recebeu
apenas um punhado de dólares pelo trabalho. Uma
marca não é o seu signo gráfico ou verbal. Estes
são apenas veículos do que uma marca realmente
é: um conjunto de impressões na mente dos consumidores.
Tudo o que nós achamos (racional) e sentimos (emocional)
de um produto, linha ou empresa. Isto é a marca.
Conteúdo. O resto é forma. Não que a forma seja
uma parte irrelevante do trabalho, mas está longe
de ser o mais importante (ou um dos mais).
Façamos um exercício de abstração: suponhamos
que por algum motivo toda a população do planeta
terra mudasse para marte com a roupa do corpo
e uma outra população inundasse nosso querido
planeta, com tudo o que ele tem. Onde vocês acham
que, por exemplo, a marca Microsoft valeria os
US$ 65 bi a ela atribuídos pela Interbrands (consultoria
especializada em valoração de marcas)? A marca
valeria mais onde estão às pessoas que a conhecem,
ou no local onde estão seus produtos, fábricas,
redes de distribuição e etc? Certamente que a
resposta certa aponta para a primeira opção. Por
quê? Repito: a marca está na cabeça das pessoas
e os signos são apenas veículos de associação.
Âncoras para o que as pessoas pensam e sentem.
Referências.
Sendo assim o grande caminho para construir uma
marca de sucesso não é conseguir um grande design,
mas ligar o nome e design escolhidos aos benefícios,
percepções, sensações e emoções relevantes para
as pessoas. E tudo começa com o que chamamos de
proposta de valor. Isto mesmo que o nome parece.
Prometer algo para o consumidor que seja realmente
relevante para a sua vida. Algo que ele precise
e valorize. E faça-se luz: ninguém oferece nada
importante para um consumidor se não conhecê-lo
profundamente. Se não entender suas necessidades
e desejos. Se não decifrá-lo. Por isso, o princípio
básico de criação de uma marca é conhecer detalhadamente
seu consumidor e oferecer algo realmente importante.
Um bom produto.
Observe: não existem marcas maravilhosas escoradas
em produtos medíocres. Podem até existir por um
lapso de tempo. Breve. Apenas o suficiente para
que o consumidor desperte. Insuficiente para se
ganhar dinheiro de verdade. Mas é óbvio que a
história não acaba aqui.
A tal promessa - a proposta de valor - precisa
ser cumprida. O consumidor precisa confiar, o
que, aliás, é um dos papeis fundamentais da marca:
ser veículo de confiança. Uma bela promessa não
cumprida é como uma desilusão amorosa. Gera medo,
insegurança e desconfiança por parte do consumidor.
E para que haja confiança de verdade é preciso
mais do que ser honesto uma vez. É a seqüência
de atos positivos que constrói uma reputação.
E isso leva tempo. Em alguns casos muito tempo.
Talvez um tempo incompatível com a expectativa
dos empreendedores e executivos que ao viverem
em um mundo no ritmo da internet banda-larga,
acham que tudo pode acontecer no lapso de tempo
de um clipe da MTV. Engano.
O avanço tecnológico, das telecomunicações e
do conhecimento pode ter mudado muitas coisas.
Acelerado processos lentos. Mas algumas coisas
ainda levarão seu tempo. Confiança em uma proposta
de valor é uma delas. Ser marcante é uma mistura
de ciência, arte e paciência. Pode até ser uma
paciência menor que das décadas passadas. É claro
que o leque de alternativas disponíveis atualmente
para promover uma marca pode acelerar de alguma
forma o processo. Mas tudo tem limite. E, neste
caso a ansiedade não é de grande valia. Até porque
se ao tentar construir rapidamente uma marca,
uma empresa cometer um deslize sério, pode não
ter uma segunda chance.
Ser rápido, ao contrário do que pensam algumas
pessoas, não significa fazer rapidamente as coisas.
Significa ser preciso nas poucas coisas certas
que se faz. E aqui não é diferente. É como diz
meu sogro. Devagar que eu estou com pressa.
Yuri Trafane, consultor em marketing e diretor
executivo da Ynner Marketing & Treinamentos.
Quando a comunicação interna se torna
uma ameaça?
Entender o seu papel dentro de uma organização
é fundamental para se manter no emprego.
Os especialistas em comunicação têm trazido à
tona para discussão alguns assuntos muito importantes.
Um deles, sem dúvida, é a comunicação interna.
Mas o que fazer quando a teoria ensinada em sala
de aula não funciona na prática.
Ter uma boa base teórica, domínio e conhecimento
sobre vários assuntos são encarados hoje como
uma situação de sobrevivência. Desde a entrevista
para se conseguir um emprego até a sua própria
permanência no mercado, o conhecimento sempre
será cobrado. Mas a situação começa a ficar complicada
mesmo quando temos que começar a praticar tudo
aquilo que os grandes livros nos ensinaram. Nenhum
outro momento cobrou tanto o entendimento da importância
da comunicação interna como agora. Entender o
seu papel dentro de uma organização é, acima de
tudo, fundamental para quem quer se manter no
emprego. Será que existe alguma fórmula que nos
ensine a transformar a teoria em prática? Acho
que não.
Mas já que esquecemos a teoria, ou melhor, sabemos
tudo sobre ela e não estamos sabendo como aplicá-la,
aqui temos uma história que muitos enfrentam todos
os dias no seu dia-a-dia: - Imagine que você trabalha
no Departamento de Comunicação de uma empresa
e uma de suas funções é garantir um bom entrosamento
entre as diferentes áreas desta organização. Até
aqui tudo bem. Todos os seus companheiros do setor
compartilham das mesmas idéias que você, mas,
e os outros departamentos? É aqui, ali, em todos
os lugares que mora o perigo.
Nesse momento, em que não se tem o apoio e o
compartilhamento de idéias das outras áreas, sua
função dentro da organização torna-se mais forte.
Afinal, você é comunicador e profissional da comunicação.
Está com o Departamento de Comunicação garantir
que essas áreas, departamentos, setores, seja
como for as diferentes nomenclaturas, possam entender
a importância de uma boa comunicação.
Talvez o que impeça que os diferentes departamentos
de uma empresa se dêem bem seja o medo de ferir
o orgulho inerente de qualquer ser humano. Não
dá para ser profissional sempre, há de se ter
bom senso, sempre que possível. Guardar segredos,
não revelar o seu projeto novo, medo de que o
outro roube sua idéia, ou ainda, que o seu colega
de trabalho saiba mais que você, esses são fatos
que não ajudam uma boa comunicação interna. É
uma tarefa difícil se livrar de pré-conceitos.
Só que não está mais na hora de brincar. Deixe
que o profissionalismo fale mais alto. Passe a
entender que o desempenho do seu setor depende
do apoio de seus colegas. A organização depende
de todos os seus funcionários para poder progredir.
Basta imaginar que uma boa comunicação entre todos
as áreas é fundamental para o seu desempenho e
sua qualidade de vida dentro da organização.
Portanto, seja você do departamento de comunicação
ou o seu amigo da Informática, do RH, do pós-venda,
do jurídico, da controladoria, não importa a que
setor pertença vamos ajudar a Dona Comunicação
Interna ser feliz dentro de sua empresa.
Marcio Gonçalves, Jornalista e Analista de Comunicação
da Brasilveiculos |