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Menino do Rio

Por Deborah Rocha

O redator publicitário Carlos Eduardo Brito, da agência Rapp Collins, não acredita na inspiração. Não na que surge do nada, sem aviso prévio. Para ele, a criatividade resulta de um processo de treinamento, aplicação e trabalho, muito trabalho.
Carioca crescido na praia, Brito mudou-se para São Paulo a contragosto quando tinha 18 anos. Aos 27, diz-se finalmente adaptado à cidade. Estudou publicidade e propaganda na FAAP e fez curso de inglês na Inglaterra antes de começar na profissão fazendo jingles para uma agência.
"Eu era adolescente, tinha minha turma, vivia na praia e quando cheguei em São Paulo não conhecia ninguém, não tinha amigos e demorei para me acostumar". Nesta entrevista à repórter Deborah Rocha, Brito fala de sua experiência profissional e ressalta a importância da leitura para quem pretende trabalhar na área.

PRIMEIRO MOMENTO: Há quanto tempo está no mercado publicitário?
CARLOS EDUARDO BRITO: Faz seis anos. Entrei na faculdade aos 19 anos, mas só comecei a trabalhar com 21, em uma agência pequena. No começo, não recebia nada. Foram quase dois anos praticamente pagando para trabalhar, mas que me renderam um aprendizado que vou levar comigo para o resto da vida.

PM: Quando teve inicio sua carreira como redator?
CEB: Foi por a caso. Sempre gostei de escrever, de me expressar através das palavras, mas nunca havia levado isso muito a sério. Queria trabalhar com web-designer , mas logo vi que meu negócio era realmente escrever, foi assim que me tornei redator.

PM: O seu trabalho exige muita criatividade. Onde busca inspiração?
CEB: Acho que na vida em geral. Sou apaixonado pela vida, pelas pessoas e por aquilo que faço. O meu trabalho tem como objetivo atingir as pessoas, por isso gosto de observar e me inspirar nelas quando preciso escrever para alguma campanha.
E é claro que como todo bom carioca, nada mais inspirador que o mar. Sempre que posso pego minha prancha e desço pra Ubatuba. Me faz bem ficar perto da natureza, longe do corre-corre.

PM: Sua vida pessoal interfere muito na profissional, na sua capacidade de criar?
CEB: Eu tento separar mas é difícil. Tem dias que é complicado e as idéias não vem de jeito nenhum, mas criatividade também é questão de treino, palavra puxa palavra, você começa a escrever e as idéias vão tomando forma na sua cabeça.

PM: Você prefere trabalhar que hora do dia?
CEB: Na verdade não gosto de trabalhar de dia, de manhã minha cabeça não funciona. Em compensação a noite quanto coloco minha cabeça no travesseiro as idéias vem a mil. Mas trabalhamos com prazo, então se tiver que acordar as seis da manhã eu acordo, se bem que é mais fácil eu estar saindo da agência essa hora.

PM: Você costuma ler livros?
CEB: Gosto de ler e acho isso importantíssimo, mas ultimamente não tenho tido muito tempo. Em casa meus pais sempre incentivaram a leitura, presenteando eu e meu irmão com livros. Então sempre tive o habito e o prazer de ler.

PM: Você pratica algum tipo de esporte?
CEB: Comecei a fazer Ioga por incentivo da minha namorada. Sou muito agitado e a Ioga me ajuda a relaxar. Até melhorou minha concentração. Também surfo quase todo final de semana, em Ubatuba. É isso que recarrega minhas energias e me dá ânimo para começar bem a semana.