O
caminho da informação
Por
Tess Abreu
Domingo,
19h35, ligo para Celso Kinjô, editor-chefe do Jornal da Tarde. Ele
diz que não pode falar comigo no momento e pede que eu retorne a
ligar depois das 20h30. Motivo: Está terminando o fechamento do
jornal. Assim é a vida de alguém que trabalha em um jornal diário.
De segunda a segunda, eles trabalham incessantemente na procura
de matérias e informações para o leitor. A pergunta é: como a informação
chega à população? O atual editor-chefe do Jornal da Tarde iniciou
sua carreira em 1964, aprendendo a fazer reportagens no extinto
jornal Última Hora. Entrou no JT em 1966, quando estava se montando
uma equipe para sua abertura. Depois de um ano exercendo a profissão
de repórter, recebeu um convite de uma outra empresa e só regressou
ao Jornal da Tarde em 1989, desta vez, convidado para ser seu editor-chefe.
A seguir, Kinjô explica o funcionamento do jornal e como a informação
chega à população.
Em
busca da notícia
Existe
uma rede de informações que é formada pelos repórteres. Depois de
certa experiência, esses repórteres passam a ter fontes que permitirão
o acesso à notícia. Além das fontes, os repórteres têm acesso a
informações de domínio público, como a agenda de cada órgão do governo.
Através delas é possível saber quando haverá um acontecimento que
mereça ser noticiado. Um outro meio de informação utilizado é a
cobertura de polícia, onde o repórter é informado de todos os crimes
que ocorrem na cidade.
Seleção
de notícias
No
fim do dia dá-se o trabalho do editor, quando são selecionadas as
notícias mais interessantes, que atinjam o público alvo. No caso
do Jornal da Tarde, que tem como característica principal ser um
jornal de cidade, ele busca dar enfoque aos acontecimentos cotidianos.
O jornal dá sempre um grande enfoque para o futebol, colocando-o
geralmente na parte de cima da primeira página, com uma foto grande,
ao contrário de O Estado de S. Paulo, que tem como característica
ser um jornal mais sério. Um outro exemplo de notícia que é priorizada
pelo Jornal da Tarde é a aposentadoria. "Toda vez que sai alguma
coisa sobre aposentados, pode ter certeza que o jornal vai vender,
porque há um interesse da maioria das pessoas, mesmo quem não está
diretamente envolvido nisso", diz Celso Kinjô.
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