Moda do dia-a-dia: tendência e atitude

Lara Krawczenko

Roupas leves, coloridas, um suave incenso ao som de Cássia Eller. Assim á a loja As Três Marias, instalada há três anos na Galeria Ouro Fino, na região da Augusta, em São Paulo..Com uma proposta não muito comercial, Tati e Bia, as estilistas da loja, desenvolvem um mix de artesanato e moda. São peças exclusivas que ganham força também com os acessórios que completam o visual hippie-chique da loja.

Camila é artesã e vendedora e diz que elas vendem arte e não modismo. Bem diferente de Cíntia, estilista da Santa do Cabaré, uma loja mais nova, com apenas oito meses. Cíntia tem uma visão mais comercial de moda. Ela acredita que tem que vender para manter sua loja aberta. Então não adianta criar peças malucas e com um preço altíssimo, pois isso seleciona demais o público.

Talvez elas não concordem com as propostas de suas lojas, mas acreditam que a mídia faz a moda acontecer hoje em dia. "Basta você cair na graça de alguém que sua marca dispara", comenta Cíntia, citando o exemplo de Thaís Gusmão. Antes a loja de Thaís era procurada na galeria como a loja das calcinhas e hoje após inúmeras aparições em revista e ainda no ensaio da Feiticeira para a Playboy, a loja já ganhou nova cara e endereços. "A mídia sempre está por aqui, buscando novidades”, afirma Camila, "e isso faz com que novas pessoas e não público fechado procure nosso trabalho".

Hoje em dia a preocupação de parecer cada vez mais diferente da maioria dividiu a sociedade em várias "tribos" que tentam expressar sua personalidade através de suas roupas. As roupas expressam os sentimentos e a postura das pessoas diante do mundo. Então nada mais justo que dizer que a moda influencia diretamente na comunicação entre elas. O importante não é buscar apenas um estilo, seja ele básico, alternativo, hippie ou punk. A pessoa que veste a roupa tem que ter atitude de vida tem que sentir segura, senão acaba passando por ridículo.

Galeria Ouro Fino, uma opção cool em Sampa.


A galeria fica na Rua Augusta, perto da Oscar Freire, um dos quadriláteros mais caros da cidade. Por ali circulam pessoas de alta classe social em sua maioria.

Nas décadas de 60 e 70 a galeria era o refúgio de dançarinos em busca de seus uniformes e sapatilhas, já que seu piso superior tinha um estúdio de balé. Nos anos 80 começou a fase de sua decadência que a levou a fechar as portas nos anos 90.

Hoje, depois de reaberta, ela abriga um público bem diferente do seu primeiro. São predominantemente jovens atrás de "algo diferente". A galeria é vista como um "shopping dos excêntricos", mas é na verdade um espaço com lojas de roupas, óculos, bijuterias e afins com um diferencial: exclusividade e audácia.

 
   
   


 
VOLTAR