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Médicos usam computadores para digitar receitas
JORGE
PACHECO
As
famosas receitas médicas já não são mais as mesmas. Com a expansão
da informática, está havendo uma crescente evolução nessa área. Se
antes essas receitas eram de dificil entendimento, agora estão sendo
digitadas, o que beneficia muito a comunicação entre médicos e
pacientes.
O número de hospitais que está adotando esse
sistema é cada vez maior. Não só os particulares, como também
hospitais públicos. Esse método foi iniciado nos EUA com um programa
de aperfeiçoamento para os médicos, que observaram como esses
receituários eram ultrapassados, então desenvolveram essa nova
técnica.
O cardiologista Ivan Couto que trabalha no Hospital
Alemão Oswaldo Cruz diz ter sido um dos primeiros a digitar as
receitas no estado de São Paulo. Para ele essa mudança deveria ter
sido feita há muito tempo. "A medicina é uma ciência que sempre
evolui. Por isso não podemos manter esse atraso na questão das
receitas", diz Ivan. O médico também ressalta que sua relação com os
pacientes se tornou melhor. "Antes meus pacientes reclamavam que não
entendiam nada daquilo que eu escrevia, agora compram os
medicamentos com mais facilidade, isso se deve ao respeito que o
médico deve ter com aqueles que se consultam".
A
farmacêutica Rosa de Oliveira, que trabalha na Drogaria Paulista no
Paraíso, afirma que seria ótimo se esse método fosse usado em todas
as receitas. "Apesar de trabalhar há muito tempo nessa profissão, já
cometi alguns enganos por que não entendi o que estava escrito no
receituário". Questionada se já havia vendido algum remédio errado,
Rosa foi cautelosa na resposta. "Se eu disser que não estarei
mentindo, mas dei sorte nesses casos, pois os pacientes perceberam
meus erros e voltaram para trocar os medicamentos"
O Hospital
das Clínicas, após um grande número de reclamações por parte dos
pacientes, com relação às receitas reuniu a direção do hospital para
que fosse aprovada a mudança na maneira de se receitar os remédios.
A reformulação foi necessária até porque ele atende uma enorme
quantidade de pessoas todos os dias, e hoje as reclamações nesse
sentido não existem mais.
È muito importante lembrar, que
apesar desse sistema ter sido admitido pelo HC, Hospital Alemão
Oswaldo Cruz e até mesmo o Hospital Albert Einstein, há muito o que
evoluir, principalmente quando se trata de hospitais públicos como o
Hospital de Campo Limpo e a Santa Casa, ambos situados na zona sul
de São Paulo. Dessa forma, não será fácil ter esse padrão de
receituários em todos os hospitais, inclusive nos públicos, em um
curto prazo. O cardiologista Ivan Couto, quando perguntado por que a
receita digitada, ainda não foi adotada no dia-a-dia dos médicos,
responde com uma feição séria. "Quando se trata de hospitais
públicos, ainda podemos entender, mas se tratando de particulares é
incabível aceitar esse descaso, principalmente com relação aos
usuários dos medicamentos".
O Conselho Regional de Medicina,
já tomou conhecimento desse fato e está articulando com os diretores
dos principais hospitais de São Paulo para realizar algumas
reuniões, e discutir a respeito dessa mudança. A questão principal
as ser analisada, é quanto esse avanço pode contribuir para do
convívio daqueles que necessitam do uso de medicamentos, com seus
médicos.
A informática sem dúvida contribuiu muito e ainda
permanece contribuindo para a modernização da medicina. Utilizar o
computador para se receitar os medicamentos é sem dúvida um grande
salto, principalmente nessa área, como relata muito bem a
farmacêutica. "Continuar receitando remédio através da escrita à
mão, é sem dúvida um atraso para à área da Saúde, é tão fácil
perceber isso, mas poucos abordam esse tema. Apesar de que cada vez
mais estou recebendo no meu trabalho, receitas digitadas", disse
Rosa.
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