Gráficas sofrem com as versões digitais

DHEBORAH GEORGIA

A Internet facilitou muito a vida das pessoas, mas atingiu fortemente o setor gráfico. Facilitou um pouco a produção, mas também diminui bastante o volume de serviços.

André Sayão, proprietário da gráfica Cópias Brasil, diz que "tivemos uma diminuição brutal no volume de pedidos de mala-direta. Cerca de 80%. Em contrapartida, a Internet com suas facilidades, diminuiu muito nossos custos em relação ao transporte do material recebido. Aumentou também a quantidade de clientes atendidos, por essa agilidade. Agora tudo funciona por e-mail", diz André.

Ele também conta que, no ano passado fez um investimento de aproximadamente US$ 900 mil na compra de uma máquina para atender um dos seus principais clientes. Com um contrato a empresa utilizaria o equipamento por dois anos. Porém, por volta do sétimo mês, tudo mudou. Edson Ribeiro, vendedor da gráfica que atendia este cliente, foi convocado para uma reunião, onde foi comunicado sobre a grande surpresa. "Queremos rescindir o contrato", disse Almir Souza, responsável pela empresa Nova Nuclear. Edson, ainda sem palavras, tentou manter a calma e entender o que teria levado a empresa àquela atitude de uma hora para outra.

Almir conta a história que levou a empresa a tomar essa atitude. E a Internet é uma das razões. A Nova Nuclear informa seus 15 mil clientes, a maioria entidades filantrópicas, sobre as novidades jurídicas e de marketing. Antes da internet isso cada comunicado demorava cerca de 15 dias para estar pronto e custava R$ 100 mil por mês.

Quando a entidade recebe o comunicado, tem até cinco dias para regularizar a sua situação contábil. Usando o tradicional serviço impresso esse processo tornava-se lento e não permitia manipular as informações conforme suas necessidades.
"Com um único investimento de R$ 20 mil, os três problemas foram solucionados", diz Almir. A empresa comprou um software que, combinado com o trabalho de duas pessoas, sistematicamente leva as informações, e se depois de "dez minutos" surgir outra, basta um clique, que tudo se resolve.

José Carlos Aguiar, gerente administrativo da Daske Sistemas e Dados, que trabalha com serviço de mala-direta via correio, acredita que a massificação da Internet seja apenas mais um nicho de negócio e que seus clientes ainda não sentem plena confiança no serviço on-line. Por isso, ainda não abriu mão do "bom e velho" correio.

 
   
   


 
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