Pedroom Lanne
Escritor, Pesquisador e Jornalista
Mini-Blog
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Spoiler
Adução
Uma história de Pedroom Lanne

Aviso ao leitor: este texto é spoiler

O autor e seu leitor

Todo autor ou escritor quando busca o seu público, por mais que este seja imprevisível, pois é tão misterioso e volúvel quanto a massa que o constitui, tem em mente quais seriam as pessoas que se interessariam por seu texto. Este é o objetivo deste pequeno artigo, falar a respeito do público para o qual eu, Pedroom Lanne, imaginei contemplar a obra supracitada no título acima.

Evidentemente, em primeira instância o público desta obra vai estar relacionado com a temática da mesma que é a ficção-científica e, como subgênero: high sci-fi e space opera, segundo algumas classificações mais especializadas. Mas vale acrescentar também o público ao qual, ao escrever a obra, imaginei possivelmente se interessar pela mesma, dentre os quais figuram: PROFESSORES, PSICÓLOGOS, BIÓLOGOS, ASTRÔNOMOS e RELIGIOSOS, especialmente os que seguem ou têm interesse sobre a religião ESPÍRITA. E também não esquecendo os UFÓLOGOS e UFÃS, pois o título do livro em si já se constitui num convite para tal público. No final, um adendo também aborda aspectos da obra concernentes aos EDITORES.

Se você contempla uma dessas áreas acima mencionadas, embora a obra trate de uma história fictícia, a leitura é quase que obrigatória. Vale advertir que o livro contém insights e profundas reflexões a respeito ou, no mínimo, algumas boas risadas. Abaixo tentarei explicar porquê.

PROFESSORES: pelo simples fato de um dos personagens e narradores da história se tratar de um professor alienígena. Um professor que todos nós que somos ou já fomos, talvez, gostaríamos de ser, capaz, entre outros detalhes e facetas, de entrar na cabeça do aluno para compreendê-lo melhor ou, mesmo, chamar sua atenção e, o mais importante, desenvolver a melhor didática para ensiná-lo.

PSICÓLOGOS: pois o livro fala de inteligência alienígena, e estes, como se sabe, se comunicam através a telepatia, de modo que uma simples conversa com um alienígena equivale a uma profunda sessão de terapia. A trama da história também vai explorar esses fatores, dado que os alienígenas estarão "aduzindo" a mente dos protagonistas humanos em torno da ética que praticam. Os estudos de Sigmund Freud majoritariamente, e Carl Jung, são parâmetros que aparecem ao longo do livro, especialmente por meio de uma das personagens que é médica, veterinária e psicóloga ao mesmo tempo, um luxo da evolução.

BIÓLOGOS: pois a narrativa, além de descrever uma sociedade alienígena, conta como a espécie evoluiu até esse patamar, o que não se resume a fatores meramente tecnológicos, trata, sobretudo, de uma evolução da sociedade humana como espécie no objetivo de habitar o espaço, incluindo o processo reprodutivo e a genética mendeliana. Nesse sentido, o livro também é uma grande aventura darwinista do homem-primata, a jornada do macaco-homem até se tornar aquele que hoje compreendemos como marcianos – isso sem mencionar a questão dos reptilianos.

ASTRÔNOMOS: ou mesmo professores de física e estudiosos da quântica relacional, público que tem boas chances de se divertir com o "mundo quântico" inventado no livro, mas não do nada, partindo de estudos astronômicos e algumas das mais recentes descobertas da área. Vale citar que, embora seja uma mundo fictício, existem teorias laçadas como hipóteses para duas partículas quânticas que a ciência não explica totalmente: GRAVITON e HIGGS. São partículas que compõem a história longe da empírica, mas que seguem uma linha de raciocínio lógico lançado pelo pressuposto de que ainda não há ciência capaz de nos explicar a existência de ambas, uma linha que pode preencher com imaginação e criatividade uma lacuna dentro da matemática que ainda busca a compreensão maior dessas duas instâncias na composição do nosso universo, tudo isto aliado a muita imaginação e alguma comédia também. Lançadas por um leigo neste campo, suas âncoras estão nos nomes de Albert Einstein, Isaac Newton e Peter Higgs como os grandes sustentadores das ideias sobre as quais a obra descorre.

Em dado momento da história, o leitor entenderá por que o Graviton é a partícula essencial para a nossa existência, a ponto de uma verdadeira guerra cósmica ter palco em torno dela, uma grande batalha entre a vida expressa pelo Graviton versus Fóton. Para entender mais, somente lendo o livro mesmo.

A ROBÓTICA é um campo que vale a menção dado que a obra contempla os fãs da tecnologia voltada para área da automação e dos robôs humanóides (ciborgues) em um universo também coabitado por máquinas e espécies vivas de inteligência artificial por meio de uma grande rede conectiva conhecida como consciência cósmica, a “internet” dotada de viva.

Para os RELIGIOSOS que seguem a teologia judaico-cristã e a ideologia kardecista, a obra traz reflexões a respeito de várias passagens bíblicas e, respectiva e especialmente, sobre a ciência da psicografia, que seria, no contexto da história, um canal de comunicação com as civilizações do futuro paralelo ao nosso presente. Nesse quesito, a obra vai cruzar a religião com a atual teoria defendida por UFÓLOGOS genericamente conhecida como "Alienígenas do Passado", que entendem os textos bíblicos de várias religiões como uma descrição de um contato imediato com aqueles a quem chamamos de deuses, que seriam, na verdade, alienígenas que estiveram na Terra em contato conosco em nosso passado pré-histórico, que presumivelmente seriam os verdadeiros fundadores de todas as religiões e, até, possivelmente, os nossos criadores.

Nesse cenário, a obra tenta traçar um caminho contrário a negação dos dogmas religiosos ou mesmo de sua contestação, busca sim uma comunhão entre ciência e religião. Algum temente religioso poderá discordar de algumas reflexões que vêm a tona com a leitura, mas jamais afirmar que o livro é niilista, que nega a existência de Deus, pelo contrário, reafirma a sua ética pelo valor do bem.

Outra "teoria" embutida neste contexto inclui o continente perdido de ATLÂNTIDA, pois esta é uma "lenda" central e obrigatória ao se enveredar por esse terreno.

Para encerrar, não se pode deixar de fazer uma menção especial ao público UFÃ, ou seja, dos fãs do fenômeno OVNI e da vida extraterrestre, vocês a quem chamei de ADUNÍGENAS, aos que tem em seu coração o sincero desejo de revelação, de um dia tomar ciência, fazer contato ou ser levado para outro mundo por uma inteligência alinenígena: são vocês o possível grande público desta obra, muito mais que os profissionais acima mencionados, vocês compõem o público que se permite apenas curtir e refletir a respeito da mesma sem a necessidade de compreendê-la ou mesmo contestá-la no sentido científico que menciono neste texto. São vocês que vão ler sem qualquer cabresto lhe limitando a imaginação. Vocês são “os caras”.

Fica o convite.

Pedroom Lanne

Adendo

Aviso de spolier: não leia o texto a seguir se não quiser saber o final da história

Outro "público" que considerei seriamente ao escrever a obra, embora não se trate de um público propriamente dito, são os EDITORES.

Ao escrever a obra, também tive como parâmetro fazer algo atrativo para que possiveis publishers se interessassem em publicá-la, por isso que descrevo a obra como BEST-SELLER, mas não sentido de que ela se tornará um sucesso de vendas, me refiro ao gênero em si. Pois aborda uma temática universal que pode ser facilmente compreendida nos quatro pontos cardinais deste planeta, além de ser um tema contemporâneo e que vem crescendo em interesse por parte do grande público. Nesse sentido, há de se considerar a construção dos personagens: pessoas comuns que se deparam com o inexplicável de um segundo para outro, que poderiam ser qualquer um de nós.

Também procurei escrever tendo em vista um público de todas as idades, há passagens que vão contemplar o mais jovem leitor e internauta de berço, que compreenderão facilmente alguns termos e a construção de alguns diálogos que tentam “simular” uma conversa telepática, talvez, da mesma forma como se dialoga através da Internet. Para os mais velhos, há passagens que só aqueles que viveram na pele a Guerra Fria ou estão mais a par da história contemporânea do Brasil irão facilmente associar e deglutir. Assim sendo, como se costuma classificar no meio editorial, a obra é voltada para o público “jovem e adulto”, o que eu pessoalmente descrevo como sendo para crianças dos 11 aos 120 anos.

Outro fator que procurei desenvolver como um apelo ao público ou como um diferencial da obra seriam, como já mencionado, a construção de diálogos telepáticos com elementos das novas mídias e: a abordagem da temática que tenta fugir dos clichês mais comuns relacionados ao mesmo (inclusive cunhando o termo “adução” em contraposição a “abdução alienígena”), a reflexão sobre alguns tabus comportamentais atuais (sexo, preconceito, eutanásia, feminismo e homossexualismo entre outros) e o uso de infográficos para facilitar a compreensão de alguns tópicos descritos, inclusive utilizando esses elementos como forma de composição da obra com algum apelo estético além das palavras.

Por outro lado, por mais que o autor possa se esforçar para criar um diferencial dentro de seu estilo, não há como fugir de todos os elementos mais comuns de dos quais nenhuma história consegue se abster por mais “diferente” ou inédita que possa ser. Nesse sentido, pode-se acrescentar que outra característica da obra como best-seller da maneira como descrito o gênero acima, seria dela ser o que realmente é: uma novela. Um romance literário que esconde, no fundo no fundo, uma tragédia familiar e uma grande história de amor, que faz o leitor rir e chorar, que contém drama e suspense, aventura e ciência, que fala do bem e do mal. Além de, por fim, também esconder alguns dos seguintes subgêneros: paródia, épico, fantástico, odisseia, sobrenatural e fantasia.

Mais um fator, considerando que o autor dessa novela é brasileiro, é enfatizar que, por mais que qualquer descrição possa soar contrariamente, a trama também o é. Basta dizer que o herói é um índio e a chave central da história premia a importância da selva amazônica como o “pulmão do cosmo”. Além disso, alguns dos cenários da narrativa evocam o histórico personagem de Zumbi dos Palmares parodiando a figura homônima dos mortos-vivos, um tema em voga do mundo da imaginação atual.

Outra ideia embutida nos elementos descritos acima, seria de tentar trazer para o mundo da literatura, do prazer literário, os indivíduos que hoje se abastecem de diálogos limitados por campos com número máximo de caracteres, de seduzir o leitor de forma a fazê-lo compreender que existe um grande deleite em um parágrafo longo, de, até, desafiá-lo a atravessar uma passagem longa antes de entregá-lo a mensagem de mão beijada.

25 Nov 2014


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